No dia 05 de Dezembro de 1976, aconteceria uma das viradas mais espetaculares do futebol brasileiro. O espetacular não foi o resultado em si, pois foi uma virada mínima, por 2 a 1. Os problemas de joelho – sempre eles – tinham tirado o grande craque Reinaldo de ação, mas mesmo assim o Atlético Mineiro chegava forte à semifinal do Brasileiro de 1976. E o Galo pareceu mais forte ainda ao ignorar a pressão de 60 mil colorados e fazer um a zero em cruzamento de Toninho Cerezo e gol de cabeça do zagueiro Vantuir, aos 30 minutos do 1º tempo. Como se não bastasse toda a tensão de uma disputa que valia vaga na finalíssima, o Inter se via lutando contra o relógio. A cada giro deste, aumentava o drama vermelho. E assim foi até os 28 minutos da etapa final, quando Batista soltou um foguete de fora da área para igualar o placar. O empate levaria a decisão da vaga para a disputa por pênaltis, e conforme o tempo regulamentar se aproximava do fim, crescia o nervosismo de atleticanos e colorados. Mas pouco antes do apito final, a pintura de uma das mais belas obras de arte da história do futebol brasileiro viria para decidir o duelo. Já nos acréscimos, Figueroa lançou Dadá Maravilha que, sem deixar a bola cair, desviou para Escurinho. Sempre com a pelota no ar, Escurinho deu de cabeça a Falcão que deu de cabeça a Escurinho que devolveu de cabeça a Falcão que mandou de perna direita para o fundo das redes. Estupendo! Um gol antológico para coroar uma virada inesquecível.
Ficha da partida
Manga, Batista, Figueroa, Marinho Perez e Vacaria. Caçapava, Jair e Falcão. Zé Maria (Escurinho), Dario e Lula. Técnico: Rubens Minelli.
Ortiz, Alves, Márcio, Vantuir e Dionísio. Toninho Cerezo, Heleno e Paulo Isidoro. Cafuringa (Paulinho), Marcelo e Bozó. Técnico: Barbatana.